O Vice-Presidente do Parlamento Europeu, Pedro Silva Pereira considerou que a Europa está a fazer “um esforço sério” para corresponder às recomendações dos cidadãos. Ao intervir na Conferência para o Futuro da Europa que decorre em Estrasburgo, o deputado notou que “os cidadãos participantes pediram-nos uma Europa mais democrática, mais próxima e mais eficiente” e as conclusões que estão a ser preparadas pelo Grupo de Trabalho sobre Democracia “são um esforço sério para corresponder a essas recomendações.”

As recomendações dos cidadãos sugerem mais iniciativas de educação para os valores europeus, de informação sobre a Europa e de pedagogia da cidadania europeia e propostas para mais e melhores mecanismos permanentes de participação dos cidadãos e ainda o reforço do Parlamento Europeu, incluindo através do direito de iniciativa legislativa. Porém “nem todas as ideias são tão boas como parecem à primeira vista” e Pedro Silva Pereira apontou o exemplo das listas transnacionais, sobre as quais o Parlamento Europeu se pronunciará em maio. “Penso que seria um exercício artificial pedir aos eleitores que votem em listas de políticos estrangeiros que não conhecem e de que não falam, sequer, a língua. Além de que, por mais mecanismos que se inventem, os lugares elegíveis nas listas transnacionais tenderiam sempre a favorecer os países com mais população em prejuízo dos outros”, argumentou.

Pedro Silva Pereira espera que propostas como o fim do direito de veto no Conselho Europeu, apesar de reconhecer ainda “muito potencial para explorar no Tratado de Lisboa”, possam ser discutidas “numa convenção para uma eventual reforma dos tratados e que isso conste das conclusões” da conferência que terá lugar no próximo dia 9 de maio.