Os dados revelados esta semana pelo INE sobre a evolução do mercado de trabalho são simplesmente impressionantes: a taxa de desemprego - que Passos Coelho tinha deixado em 12,2% (em novembro de 2015) - caiu para 9,8% no passado mês de março, situando-se pela primeira vez desde 2009 abaixo do limiar dos 10%. Desde que mudou o Governo, o número de desempregados baixou de 626 mil para 504 mil, ou seja, há menos 122 mil desempregados do que havia há apenas 16 meses. Depois de a taxa de desemprego ter baixado da fasquia dos dois dígitos, tudo indica que em breve será possível que o número de desempregados baixe da fasquia negra do meio milhão. Notável.

Mais importante ainda do que a redução do desemprego é, contudo, o notável ritmo de criação de emprego. Na verdade, ao contrário do que sucedia na fase final do Governo de Passos Coelho, agora a redução da taxa de desemprego está a fazer-se graças à criação líquida de emprego e já não à custa da emigração dos jovens, da desistência de procurar trabalho ou da maquilhagem das estatísticas. Os números do INE são absolutamente inequívocos: em apenas 16 meses de Governo socialista já foram criados 146 mil empregos, a maior parte dos quais com contratos sem termo. Não há qualquer dúvida: estes excelentes resultados, que honram os valores da Esquerda, são sinal evidente do sucesso da política económica do Governo naquela que é, desde o início, a sua maior prioridade: a criação de emprego.

Prova definitiva de que os resultados do Governo são bons é que Passos Coelho e Assunção Cristas não resistiram, de forma aliás um tanto ridícula, a tentar colar-se, como se fossem adesivos, ao sucesso do Governo socialista. Não é coisa que lhes fique bem, sobretudo depois de os termos ouvido pressagiar que a política do Governo iria provocar os resultados contrários e as mais terríveis das catástrofes. O argumento que arranjaram à pressa alega que a criação de emprego de hoje é afinal uma consequência retardada da flexibilização da legislação laboral promovida pelo Governo anterior. Em bom rigor, nem é bem um argumento, é muito mais um palpite, já que não foi apresentada qualquer demonstração desse pretenso nexo de causalidade. De resto, também não foi explicada a misteriosa razão pela qual os empresários só agora terão feito a súbita descoberta desse mundo maravilhoso de facilidades que já há algum tempo lhes oferecia a legislação do trabalho. A verdade, como está bem de ver, é outra, e bastante mais simples: por muito que isso custe a quem depositou tanta confiança no Diabo, a dinâmica atual do mercado de trabalho deve-se ao dinamismo atual da economia. Ponto.

 

Artigo publicado no Jornal de Notícias