Pedro Silva Pereira questionou a Comissão Europeia sobre a necessidade de a União Europeia (UE) garantir o cumprimento dos seus compromissos de financiamento das políticas de ajuda ao desenvolvimento.

Esta intervenção teve lugar em Estrasburgo, no debate que assinalou 2015 como o "Ano Europeu do Desenvolvimento" (AED2015). Este será, como sublinhou o deputado socialista, um ano de grandes decisões. A urgência do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza convocam a comunidade internacional para definir novos objetivos e novas metas para o período pós-2015.

Pedro Silva Pereira, que é o relator do Parlamento Europeu (PE) para o quadro de financiamento do desenvolvimento pós-2015, exigiu que a UE esteja à altura dos seus valores e assuma claramente a responsabilidade da liderança na construção da agenda global para o desenvolvimento até 2030. Na sua intervenção, Pedro Silva Pereira sublinhou que não há liderança sem exemplo e que a UE não poderá liderar o que quer que seja se, a pretexto das restrições orçamentais, andar para trás nos seus compromissos financeiros ou quiser furtar-se a assumir compromissos concretos. Para liderar, a União tem, por isso, de reafirmar, com urgência, o seu compromisso de afetar pelo menos 0.7% do Rendimento Nacional Bruto à ajuda ao desenvolvimento.

De acordo com os dados divulgados esta semana peloEurobarómetro, publicado pela Comissão Europeia, 93% dos portugueses consideram que é importante ajudar pessoas nos países em desenvolvimento, ocupando Portugal nesta matéria o terceiro lugar, logo após a Suécia e Chipre.

O Ano Europeu para o Desenvolvimento, com o lema “O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro”, é uma oportunidade para sensibilizar os cidadãos europeus para a política de desenvolvimento da UE e para o seu papel enquanto um dos principais atores mundiais na luta contra a pobreza. O AED2015 é constituído por um calendário de eventos aos níveis da UE, nacional, regional e local e todos os meses do ano serão dedicados a um tema especial, como a educação, a saúde e igualdade de género.

 

InfoEuropa, 16 janeiro de 2015