Pedro Silva Pereira participou, na qualidade de relator do Parlamento Europeu (PE) para o acordo comercial União Europeia (UE)-Japão, numa delegação do PE ao Japão, que se inscreveu no quadro da 36a Conferência Interparlamentar com a Dieta Nacional do Japão.

O eurodeputado socialista sublinhou que esta missão teve lugar num contexto rico em eventos políticos, referindo-se não só ao recente encontro entre o primeiro-ministro japonês e os Presidentes Juncker e Tusk sobre as negociações comerciais, mas também à cimeira do G7, que está a decorrer no Japão, e às eleições para a Câmara Alta da Dieta Nacional, previstas para julho. A ratificação no Japão da parceria transpacífica, que é um acordo comercial que envolve também os Estados Unidos, terá lugar após estas eleições, provavelmente durante o outono.

Pedro Silva Pereira referiu que os parlamentares europeus e japoneses discutiram vários assuntos, tendo destacado as questões de segurança na vizinhança do Japão e a nível global, a situação económica japonesa e as negociações para um acordo de parceria estratégica e para um acordo de comércio com aquele país. Pedro Silva Pereira notou que a delegação do PE se encontrou também com representantes governamentais e stakeholders japoneses, nomeadamente com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria e com a Câmara de Comércio e Indústria da cidade de Osaka.

Na sua intervenção sobre as negociações comerciais, Pedro Silva Pereira começou por destacar a importância deste acordo, cujas estimativas apontam para um aumento do PIB europeu em 0.75%, um aumento das exportações para o Japão até 32.7% e a criação de mais de 400 mil empregos em toda a União. O eurodeputado socialista frisou que o PE quer ver um acordo final que seja abrangente e equilibrado, e que para a UE é particularmente importante um resultado ambicioso na área da agricultura, com acesso significativo ao mercado japonês para os produtos europeus, bem como uma solução para as medidas não tarifárias que dificultam as atuais exportações para o Japão. Pedro Silva Pereira reconheceu que tem havido bastante progresso em vários pontos ao longo das 16 rondas de negociações, nomeadamente no capítulo de desenvolvimento sustentável, mas alertou que é preciso, agora, avançar nos pontos mais sensíveis das negociações. O eurodeputado terminou declarando que a UE está empenhada em concluir as negociações comerciais este ano, mas só um resultado ambicioso e com benefícios económicos reais para ambas as partes seria aceite pelo Parlamento Europeu.

A declaração conjunta da 36a Conferência Interparlamentar pede uma cooperação mais estreita entre ambas as partes a vários níveis, incluindo a nível económico. À margem da atual cimeira do G7, a UE e o Japão fizeram também uma declaração oficial em que destacam a importância estratégica do acordo comercial e incumbem os negociadores a acelerar as negociações.

 

InfoEuropa nº434